
A enorme janela do quarto em minha infância abria-se para um rústico muro do outro curtiço lotado de portuguêses recem chegados ao Brasil, e; por cima havia as parreiras com uvas brancas e negras e, entre elas surgiam as lindas flôres de maracujá...esse delicioso cheiro mais o sereno da madrugada e a chuvinha fina daquela São Paulo de antigamente embalavam meus sonhos... meu paizinho, que vêz ou outra vinha nos ver ...carregando-me no colo ensinava-me a tocar aquelas lindas flôres por entre os cachos das saborosas uvas, herança da terra d'além mar.O chão ficava cheinho das pétalas que a brisa sem querer derrubava... as abelhinhas esvoaçavam levando goticulas de néctar e... levaram e... se foram também meus doces intantes lá do curtiço na vila Pompéia-SP...um palacete assobradado; onde nasci. A flôr do maracujá já foi branca...mais branca que a claridade; mais clara que o luar... e, magoada se tornou roxa. Roxa igual meu recordar do tempo; momentos que não voltam nunca mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário